A noite mais longa do ano cumpre-se sem restrições, depois de dois anos contidos pela pandemia e pelo vírus que não hipotecou lembranças dos festejos nas ruas ou em casa de amigos e familiares. Naturais da Invicta ou com raízes na cidade, famosos de várias áreas recordam experiências passadas, com uma dose de nostalgia à mistura. Mesmo que este ano tenham voltado à rua, ainda são as memórias que alimentam histórias que, pelos mais diversos motivos, jamais serão esquecidas.
Mariana Monteiro, atriz
“Quando penso no S. João, o que me vem sempre à memória – e que sempre me entusiasmou muito – são os martelos e, todos os anos, esse era, para mim, o auge do São João! Poder “martelar” a cabeça de desconhecidos. Causava-me uma enorme diversão, também pela interação que provoca entre todas as pessoas da cidade”
Gonçalo Peixoto, designer
“Recordo uma história muito especial: há uns seis anos, quando no meio de milhares de pessoas vi um rapaz com uma t-shirt com uma frase que eu usava como slogan em várias peças minhas. Na altura, estava a começar e gosto de acreditar que foi um sinal de que estava no bom caminho. Com sorte, este ano ainda me cruzo com mais pessoas com criações Gonçalo Peixoto… O S. João é um bom amuleto”
Raquel Janeiro, influenciadora (Explorerssaurus)
“Há uma história particularmente engraçada e da qual eu e a minha família nunca nos iremos esquecer. Sempre adorei viajar e, quando estudava, usava a plataforma Couch Surfing. 2016 foi o ano em que eu visitei mais países, foram mais de 20. No final, oferecia também a minha casa e recomendava, por exemplo, a altura do S. João. Semanas antes, recebi umas dez mensagens de pessoas interessadas. Foi basicamente um acampamento em casa dos meus pais, com gente da Polónia, da Noruega, da República Checa. Mas acabou por ser muito divertido”
Clara Não, ilustradora
“Há poucas coisas na vida da cidade e, atrevo-me a dizer, do país, que conseguem ser tão alegres e tão familiares como o bailarico de S. João na escola da Alegria. A vizinhança junta-se toda para dançar ao som de música popular ao vivo. É uma energia muito específica, muito leve, que te abraça, enquanto toda a gente dança com toda a gente”
Inês Aires Pereira, atriz
“Tenho memórias muito bonitas e especiais desta altura, porque era uma festa passada em família na casa da minha tia Alice. Fico até nostálgica quando me recordo de tudo, do convívio e da euforia com que ia a correr todos os anos para a cascata (só o pessoal do Norte vai entender)”
Ângelo Girão, guarda-redes de hóquei em patins (seleção nacional)
“Lembro-me muito bem das primeiras vezes em que os meus pais me deixaram sair sozinho com os meus amigos, de me juntar com eles no Marquês, descer os Aliados até à Ribeira, correr os bailaricos todos e acabar a beber na praia do Homem do Leme, na Foz. Mais recentemente, em casa de um amigo, com 40/50 pessoas, acabamos nas Fontainhas… São as minhas maiores memórias”
Pedro Sousa, ator
“Tinha uns 10 anos e lembro-me de ter saído para a rua com um martelo. Passou um senhor por mim e percebeu que eu queria muito dar-lhe com o martelo. Então, baixou-se para ficar da minha altura e no fim ainda me disse: “Obrigado”! Nunca me esqueci. Curiosamente, este ano vou passar o S. João no Porto!”
Susana Dias Ramos, terapeuta sexual e comentadora
“A memória mais marcante que tenho é do S. João de 2019, em minha casa com a família. Foi a melhor sardinhada do Mundo. A primeira vez que o meu filho lançou um balão e a última que o meu pai esteve presente”